Uncharted 2: Among Thieves [2009]
Pois bem, segundo jogo na PS3, segundo capitulo das aventuras de Nathan Drake. TODA a gente tem orgasmos com este jogo, eu queria não gostar, mas…
O jogo é realmente muito bom, coloca o seu antecessor num canto, e o primeiro Uncharted era bastante razoável, bom mesmo. Podem ir ler a minha crítica ao primeiro jogo, quase todos os aspectos negativos que referi foram corrigidos, e os bons mantêm-se sendo que alguns deles foram melhorados. O que é óptimo e transforma logo este Uncharted 2 num dos melhores blockbusters dos últimos anos.
O Uncharted 2 ganhou dezenas e dezenas de GOTY’s, todos conhecem bem os seus pontos fortes por isso não me vou alongar muito. Onde Uncharted 2 consegue fazer esquecer o jogo original é na forma como… não parece um jogo. O que quero dizer com isto é que o Uncharted era extremamente segmentado e artificialmente dividido entre diversos tipos de gameplay. Tínhamos as arenas com combate, as sequências com plataformas e (pouca) exploração. Aqui também temos, a diferença é que agora surgem de forma muito mais suave, seamless e interligada, ao contrário do original que nunca nos deixava esquecer que estávamos a jogar um jogo.
Não queria cair no campo cliché da experiência cinemática, até porque não sou particularmente adepto dos jogos que querem ser filmes. Mas de facto Uncharted 2 é uma obra extremamente cinemática, mas a diferença em relação a outros jogos que mais parecem que estamos a assistir a um filme, aqui estamos a jogar um, e isso faz toda a diferença. Muitos são os jogos que não têm confiança em si próprios para dar ao jogador controle sobre certas cenas mais complexas, e como tal obrigam-nos a assisti-las em cutscenes.
Uncharted 2 (ou melhor, a Naughty Dog) tem um enorme ego e uma incrível auto-confiança, as cutscenes funcionam apenas como pontes de ligação, onde praticamente só contêm diálogos expositórios. As cenas espectaculares e complexas acontecem enquanto o jogador tem o comando nas mãos. Uncharted 2 deixa-nos jogar e controlar cenas que tradicionalmente aconteceriam em forma de cutscene. Prédios a desabar, tanques a destruir uma aldeia, um comboio atacado por um helicóptero, perseguições nas encostas dos Himalaias… são uma série de fantásticas sequências, todas montadas com um enorme cuidado e mestria e todas completamente jogáveis.
O que odiei no Uncharted foram as arenas com combate repetitivo, felizmente elas desapareceram nesta sequela. O combate é agora apresentado de forma mais realista em cenários menos previsíveis e de forma menos frequente. No entanto a parte final foi preenchida por combate a mais o que para pessoas como eu podem tornar-se um pouco frustrante. A exploração continua bastante reduzida e limitada, mas as sequências de plataformas sofreram uma grande melhoria. Finalmente o facto de estarmos sempre a mudar de cenários (outra das falhas do primeiro jogo) significa que Uncharted 2 é muito menos repetitivo.
Portanto quase todos os aspectos negativos foram corrigidos. Felizmente os aspectos positivos mantiveram-se, alguns deles sofreram uma clara melhoria. Toda a parte cinemática das cutscenes está impecável, das melhores que já vi, talvez a par das do GTA4. O voice acting, sincronização vocal, os diálogos, as expressões faciais e corporais, as interacções entre actores, enfim… neste aspecto Uncharted 2 é sublime.
Embora a narrativa seja apelativa, muito por causa das personagens, não significa que seja preenchida por uma excelente escrita, não é, mas não deixa de ser competente. A história é demasiado reciclada do próprio Uncharted 1, o que não deixa de ser um pouquinho preguiçoso e uma pena tendo em conta quem a escreveu, Amy Hennig famosa pela série Legacy of Kain.
Graficamente também sofreu uma melhoria, especialmente ao nível da iluminação e sombras que tornam as coisas menos plásticas e artificiais que o seu antecessor, no entanto se é isto o máximo que as consolas conseguem, devo dizer que é um pouco preocupante, porque o Crysis, dois anos mais velho, é bem superior. Mas não deixa de ser um jogo bem bonito, mais por causa da direcção artística. Já as animações continuam fantásticas. Tal como o primeiro jogo, o nível de polimento é mindblowing.
Ah! E também tem multiplayer, deathmatch clássico e mini-campanhas em co-op. O co-op é engraçado quando jogado com um amigo, mas bastante básicas, simples e repetitivas. Mas eu não ligo ao multiplayer…
E pronto, bom jogo, aos poucos começa a valer a pena a compra duma PS3, Uncharted 2 é de facto merecedor de muitos dos elogios que recebeu após o seu lançamento. Mais que isso, merece entrar no meu top 2009 de videojogos. Aguardo então pelo 3º capitulo no final deste ano. Próxima “vítima” Heavy Rain.
Positivo:
+ Voice acting e cutscenes ainda melhores
+ Visuais e animações ainda melhores
+ Ainda mais polido e elevados production values
+ O grupo de protagonistas são muito bons
Negativo:
– O combate melhorou, mas continua em excesso
– Onde é que já vi esta história?
– O final não está ao nível do resto do jogo.
Sai do templ… do PixelHunt com:
Mas o Crysis é bem superior a qualquer outra coisa e estava muito à frente do seu tempo.
Mas sim.Os gráficos Pc sempre haverão de ser superiores às consolas.Não há volta a dar-lhe.
Bela review como sempre.Ainda bem que gostaste e lamento que tenha tido combate a mais.Faltam-me 3 níveis para acabar a Lara Croft.Devias mesmo ver se fazias um segundo playtrough com um amigo.Tem sido incrível.Muito frustrante por vezes, mas muito recompensador quando finalmente se consegue.