Mirror’s Edge [2008]
Há algumas semanas deu-me na cabeça que queria voltar a jogar Mirror’s Edge, um titulo que já terminei por duas vezes desde o seu lançamento. Para jogar de inicio ao fim um jogo por três vezes é porque gosto muito dele, e de facto Mirror’s Edge é um dos meus favoritos desta geração.
Lembro-me de quando o joguei pela primeira vez em 2008 (ou melhor 2009 porque saiu mais tarde no PC), foi uma experiência memorável principalmente por ser bastante original, nunca tinha visto nada igual, plataforma e parkour dinâmico na primeira pessoa! Mas mesmo tendo gostado, os seus óbvios defeitos pesaram muito na minha avaliação final. Só alguns anos mais tarde quando repeti a aventura é que realmente me “apaixonei” a sério por Mirror’s Edge. Apaixonei-me pelos seus maravilhosos visuais, pela sua atmosfera estéril e clínica pautada por um elegante jogo de cores, pela fluência dos movimentos de Faith, pela musica… os seus pontos altos decididamente sobreposeram-se aos defeitos que anteriormente me tinham deixado de pé atrás.
No entanto nunca ignorei as suas falhas, algumas suficientemente relevantes para afastarem muitos jogadores.
É verdade que é curto demais, 4 horas é decididamente pouco para um jogo destes. Falta-lhe algum sumo para passar a ideia de que é algo mais um projecto experimental e a sua narrativa é extremamente simplista e tem receio em ser mais ousada. Finalmente, e este é provavelmente o ponto que mais jogadores afastou, a percepção que o jogador tem do mundo de jogo durante as manobras de parkour e plataformas pode ser extremamente confusa e desorientadora. Muita gente nunca consegue atinar com isso e simplesmente desiste, outras chegam inclusive a sentirem-se mal e enjoadas. Isto porque toda a aventura é na primeira pessoa, desde os saltos, cambalhotas, quedas e tudo mais. Pessoalmente tive algumas dificuldades em me adaptar de inicio (mesmo neste 3º playthrough) mas rapidamente encarrilhei na “forma de pensar” de Mirror’s Edge.
E é nesse momento em que tudo clica e tudo faz sentido que Mirror’s Edhe brilha. Ultrapassar obstáculos à primeira, sem parar e sem perder momentum é fantástico, ainda para mais perdido na beleza dos seus cenários. É curioso que um dos designer dos níveis é Robert Briscoe que atingiu alguma fama como designer do igualmente belíssimo Dear Esther.
Não é definitivamente para todos, mas é certamente para mim! Um dos meus favoritos desta geração, espero que uma sequela (pelo que parece anda a ser feita) explore e dê continuação às suas boas ideias.
Positivo:
+ Maravilhosa direcção artística
+ Parkour
+ Atmosfera
Negativo:
– Curta duração
– História
– Percepção espacial
Sai do templ… do PixelHunt com:
A direcção artística é fenomenal, a história sem dúvida não é o ponto forte, mesmo com 4 horas podiam e deviam ter feito muito mais, se sair a sequela quem sabe se não teremos uma boa surpresa, sem dúvida que tenho de voltar a jogar.