You Were Never Really Here – Nunca Estiveste Aqui [2017]
Ah… final de ano, altura de fazer tops e consequentemente passar o tempo a ver tudo o que foi lançado nos últimos 12 meses. Obviamente que não tenho tempo para ver tudo o que gostaria, portanto terei que me focar naqueles filmes que parecem mesmo a minha cara e e este You Were Never Really Here é um desses filmes.
Felizmente acertei na mouche porque esta foi uma boa experiência, especialmente na forma como usa os habituais clichés deste tipo de filmes e subverte o que o espectador espera, sim porque pelo material de promoção isto grita John Wick por todos os lados, mas felizmente é bem mais que isso (e eu gosto de John Wick, atenção) porque retrata o protagonista não como um assassino profissional, mas sim um humano real com problemas, defeitos e que erra nas suas escolhas, e logo ai é muito mais refrescante!
Em termos artísticos e técnicos não há nada a apontar, não conheço o anterior trabalho da Lynne Ramsay, do qual se destaca o muito bem recebido We Need to Talk About Kevin (e que agora ganhei um redobrado interesse) mas só por aqui é óbvio que é muito talentosa em termos visuais.
O melhor: A realização de Lynne Ramsay e direcção de fotografia. A personagem do Joaquim Phoenix que não é retratado como um assassino profissional mas sim como um humano real que por acaso é um assassino e é moldado pelos seus problemas mentais como o stress pós-traumático e compulsões suicidas. A forma como a violência não é mostrada, mas subentendida, no entanto não menos perturbadora.
O Pior: Não há muito a apontar, até porque o que faz com a premissa é exemplificativo do talento da Lynne Ramsay, mas a premissa é um bocado simples e batida demais, se bem que essa familiaridade é muito bem usada para subverter as expectativas. Bom, se calhar não tenho nada a apontar então 😀
Melhor cena: Há várias, mas a cena do lago destaca-se pela positiva. Excelente fotografia e composição.
Veredicto: Um bom filme que alia na perfeição a subtileza dum filme artístico com a aura dum filme de acção de massas, sem nunca cair para um dos campos.
Originalmente de 2017, estreou em Portugal em 2018