Låt den rätte komma in – Deixa-me Entrar [2008]
E consegui acabar a maratona precisamente no Halloween, nem eu esperava isso de início. E encerrei com um dos meus filmes favoritos dos ultimos anos, Deixa-me Entrar.
Deixa-me Entrar chegou numa altura perfeita, estávamos (e ainda estamos um pouco) no auge da nova moda dos vampiros por causa do Twilight, e já todos andavam um pouco saturados. Deixa-me Entrar pegou na mitologia e deu uma lufada de ar fresco no género. Muita gente enjoada de Twilight acabou por ignora-lo com receio de ver mais do mesmo, mas quem arriscou teve a oportunidade de ver um dos melhores filmes de terror dos últimos anos.
Foi o meu filme favorito do ano passado (cá estreou tarde) por isso pouco mais posso fazer do que elogia-lo. Adoro todos os aspectos do filme, os miúdos são espectaculares, o ambiente é muito bom e a história é inteligente. Eu gosto de como o filme consegue ter duas caras completamente distintas e opostas. Consegue ser um filme agridoce sobre um amor entre duas crianças diferentes ou como uma perturbadora história de manipulação. À primeira vista é difícil o espectador não ficar derretido pelos dois miúdos, como eles se conhecem e como enfrentam juntos os problemas dele (bullying) e os dela (ela é… um vampiro). Mas prestando atenção e reflectindo sobre as coisas, apercebemos que a Eli como vampira com centenas de anos que é, é na realidade extremamente manipuladora (nem temos a certeza do seu género, no livro ela é originalmente, antes da transformação, um rapaz) que basicamente usa o Oskar para o seu próprio interesse, sendo que irá arruinar completamente a vida do pobre miúdo.
Visto pelo segundo prisma Deixa-me Entrar é um filme bem deprimente. Mas o filme domina também as cenas perturbadoras mais tradicionais, ou seja os momentos de tensão, as imagens mais gráficas e os sustos básicos. Mas como um todo este é um filme que aposta muito na subtileza e pede ao espectador que acompanhe o filme sempre de forma atenta e crítica. Como já disse os dois jovens actores estão FABULOSOS e muito do impacto emocional é feito apenas através do olhar e de subtis expressões e gestos, como é que actores tão novos o conseguem fazer de forma tão boa merece uma salva de palmas.
Estreou há poucos dias a cópia americana, como vou boicotar aquilo não posso falar muito, mas tem sido bem recebido, provavelmente valerá a pena. Mas tentem ver primeiro o original, tentem dar primazia a quem teve o trabalho e a criatividade, os ports ficam para depois.
Pois bem, foi um mês espectacular em termos cinematográficos, descobri filmes absolutamente fantásticos e tive boas surpresas. Ainda há muitos mais filmes de terror que quero descobrir, mas fica para depois, preciso de desenjoar um pouco.
Originalmente de 2008, estreou em Portugal em 2009.